O membro da equipa da Área de Serviços de Rede, Gonçalo Lopes, oferece o seu contributo para a campanha da GÉANT #WomenInSTEM, destacando exemplos da sua carreira profissional que ilustram a importância de ser efetivada uma mudança. Durante o mês de março, a Unidade FCCN dá a conhecer a opinião de vários dos seus colaboradores sobre a diversidade de género e a importância do papel das mulheres nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática.  

É uma realidade que a área das ciências e tecnologias tem uma representação feminina muito inferior à masculina, ainda que existam diversos estudos que demonstram que a diversidade de género é altamente benéfica. Há tempos, ouvi uma expressão que penso adequar-se: “se olharmos sempre para a mesma face de um cubo, vamos acreditar de que se trata de um quadrado. Só será possível vermos o cubo por inteiro se, de alguma forma, nos forem apresentadas as restantes faces”. Uma maior diversidade de género, leva-nos a contactar com pessoas com diferentes experiências e ideologias. A aprendizagem que daí pode resultar ajuda-nos a completar a nossa maneira de ser, de estar e de trabalhar.

Pude experienciar estes benefícios durante os meus tempos de estudante. Por ser algo introvertido, as primeiras pessoas que contactaram comigo foram aquelas com que formei um grupo de trabalho no início da licenciatura, e calhou serem apenas rapazes. Nesta fase, todos tínhamos sensivelmente as mesmas ideias e metodologias de trabalho, o que era suficiente, mas ficava bastante aquém do ideal. À medida que se foram travando amizades, formámos um grupo de amigos e de trabalho com uma maior diversidade de género. Passámos a trabalhar de forma mais organizada e focada, muito por influência das raparigas, o que resultou num aumento bastante significativo do desempenho de todos os elementos.

Ao longo da minha vida académica e profissional, nunca senti qualquer diferença em termos de capacidades ou de vocação para a área e não creio ser essa a justificação para uma representação feminina mais baixa. Depois de ler e refletir um pouco sobre o assunto, apercebi-me de que os motivos para tal aparentam ser derivados de influências da sociedade em geral, que parecem implicar que, por ser uma área com uma representação masculina bastante mais substancial, se trata de uma área “apenas para homens”. O processo para aumentar a representação feminina não será trivial e não creio ser capaz de apresentar uma solução concreta, mas tenho a certeza que passará por ultrapassarmos este estigma em conjunto.

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