Projetos EuroCC e CASTIEL vão formar uma rede de 33 centros nacionais dedicados à computação de alto desempenho.

Foi a 1 de setembro de 2020 que arrancaram os dois mais recentes projetos europeus na área da computação de alto desempenho (HPC) . Com um orçamento total a rondar os 60 milhões de euros, estas iniciativas têm uma duração prevista de dois anos e vão resultar na fundação de uma rede europeia de HPC, com a criação de 33 centros nacionais de competências nesta área.

O objetivo final é que estas novas estruturas possam coordenar a capacidade instalada de HPC em cada país, de forma a colocar estes recursos ao serviço dos membros da comunidade científica e de investigação. Desta forma, explica a Comissão Europeia, será possível facilitar o acesso às ferramentas HPC, ao serem criadas soluções desenhadas em função das necessidades específicas diagnosticadas.

As duas iniciativas assumem um cariz complementar. Para além do projeto de fundação desta rede (EuroCC), a iniciativa CASTIEL procurará promover a interação e a troca de conhecimento dentro desta nova estrutura europeia. O objetivo é que, através desta troca de boas práticas e partilha de experiências, seja possível fomentar potenciais colaborações. Para tal, o projeto CASTIEL vai dinamizar atividades como workshops internacionais e momentos de mentoria, bem como estimular a formação de parcerias entre instituições.

Ambos os projetos são coordenados pelo Centro de Computação de Alto Desempenho de Estugarda – um dos membros do Centro Gauss para a Supercomputação.

O que é a Computação de Alto Desempenho (HPC)?

A HPC é uma das vertentes da Computação Avançada – uma ferramenta colocada ao serviço do desenvolvimento científico. Através deste tipo de recursos, é possível aplicar técnicas avançadas de análise de dados, inteligência artificial ou de simulação, por exemplo, que permitem encontrar respostas para desafios e problemas complexos.

Em Portugal, existem várias estruturas que disponibilizam estas ferramentas, sendo que a Unidade FCCN, pioneira na implementação de projetos de supercomputação, e ultimamente no âmbito do projeto EuroHPC, com participação em soluções tais como a Infraestrutura Nacional de Computação Distribuída (INCD) ou o Minho Advanced Computing Center. Em 2019, foi também instalado o primeiro supercomputador português – o BOB – que envolveu uma parceria entre a FCT, a Universidade do Minho e a Universidade do Texas.

Para breve, está ainda agendada a instalação do supercomputador Deucalion – um investimento de 25 milhões de euros suportado, em parte, por fundos do EuroHPC (50%) e por fundos estruturais europeus (30%). Este novo equipamento terá capacidade para executar 10 mil biliões de operações por segundo e integrará o Minho Advanced Computing Center (MACC).

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