O PIX – Portuguese Internet Exchange, promovido e operado pela FCCN, unidade de serviços digitais da FCT, celebra três décadas de existência enquanto garante de internet rápida, estável e segura para empresas, instituições e cidadãos em todo o país.
Um Internet Exchange Point é um ponto neutro de troca de tráfego entre diferentes organizações, com a missão de permitir que várias redes IP se interliguem entre si de forma mais eficiente. Em Portugal, é o PIX a garantir a melhoria continua da qualidade da interligação das redes IP e a evitar a utilização de recursos internacionais.
“O PIX é uma infraestrutura crítica a nível nacional já que promove o peering neutro, reduz custos e latência para o tráfego com origem/destino em Portugal. Ao longo de três décadas afirmou-se como um pilar da internet no país e impulsiona a transferência de conhecimento entre academia e indústria.”, destaca o gestor do serviço, João Silva.
Sem uma infraestrutura como o PIX, o tráfego com origem e destino em localizações geográficas próximas teria em muitos casos que cruzar fronteiras, tornando a comunicação menos eficiente.
Uma história que começou a ser contada em 1995
Em outubro de 1995, a FCCN cria o PIX, o primeiro ponto de troca de tráfego em Portugal, que contou com quatro importantes parceiros: a RCCN – Rede de Comunidade Científica Nacional (atual FCCN), a Telepac, a EUnetPT e a IP Global. As duas últimas associaram-se mais tarde ao projeto, inseridas na Novis Telecom.
Passados cinco anos, em janeiro de 2001, com a ativação das primeiras portas de 1Gbps na FCCN, o nome muda e passa a ser GigaPIX, para refletir a nova tecnologia. Ainda neste ano, o serviço torna-se num dos primeiros membros do Euro-IX.
Em 2004, o GigaPIX/FCCN distinguiu-se ao tornar-se um dos primeiros operadores a instalar uma réplica de um servidor raiz (root server) do Sistema de Nomes de Domínio (DNS – Domain Name System) fora dos Estados Unidos. Esta iniciativa representou um marco importante para o reforço da infraestrutura da Internet em Portugal contribuindo para uma maior resiliência, eficiência e autonomia do tráfego nacional.
À data, existiam apenas 13 servidores raiz a nível mundial, identificados pelas letras A a M, encontrando-se a maioria das suas instâncias em território norte-americano. A instalação desta réplica em Portugal constituiu, por isso, um passo significativo na descentralização e internacionalização da rede global de servidores raiz.
No ano seguinte, o GigaPIX obteve prefixos IPv6, passando a disponibilizar este serviço aos seus membros. A FCCN, a Vodafone Portugal, a Telepac e a NFSi Telecom foram pioneiras na sua utilização.
Em 2008, o GigaPIX procedeu à ativação das primeiras portas a 10 Gbps e, em 2011, alargou a prestação de serviços à cidade do Porto. A expansão para a sala GRID, no LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), ocorreu em 2014, permitindo reforçar a redundância e a resiliência do serviço.
Em 2017, expande-se para uma nova sala técnica, a atual EQUINIX LS1. No ano seguinte passa a disponibilizar portas as 100 Gbps e é em 2019 que alcança o pico de tráfego de 100 Gbps. Nos anos que se seguem dão-se as primeiras ligações a membros a 100G, é efetuado o deploy de Route Servers redundantes, dá-se uma melhoria no anel de ligação do GigaPIX em Lisboa para os 100G e a extensão do serviço a dois locais no Porto.
O GigaPIX atinge 200G de tráfego de pico, em 2024, e regista um aumento nos membros ligados a 100G e nas ligações EQUINIX para 200G. No ano em que comemora 30 anos, o serviço volta a ser PIX e conta com 65 membros ativos, incluindo ISPs (Internet Service Providers) de vários continentes, Content Delivery Network (CDN) e serviços de Cloud, uma média de 280 Gb/s de tráfego diário e cinco centros de dados no país – três em Lisboa e dois no Porto.