Com o período de verão, a atividade nas instituições de ensino superior e investigação abranda, mas as ameaças digitais não tiram férias. Pelo contrário: períodos de menor vigilância, com menos especialistas da área disponíveis e sistemas que permanecem inativos ou desatualizados podem representar oportunidades para ataques informáticos. 

Nesse sentido, nesta altura do ano torna-se ainda mais importante reforçar a cultura de prevenção e responsabilização digital em toda a comunidade académica. Estar preparado não significa apenas proteger os servidores e infraestruturas, mas também garantir que investigadores, docentes e estudantes adotam boas práticas nos seus próprios dispositivos e acessos remotos. 

Para apoiar esta preparação, o CSIRT da FCT, serviço digital desenvolvido pela FCCN, apresenta um conjunto de recomendações práticas, adaptadas a diferentes perfis da comunidade académica, que contribuem para umas férias mais tranquilas e seguras. 

Para equipas técnicas e de suporte

Para esta pausa, estas equipas devem garantir que: 

  • Todos os sistemas, servidores e software estão funcionais e com as atualizações de segurança mais recentes; 
  • Existem backups completos, armazenados em locais seguros, e devidamente testados; 
  • Estão configurados mecanismos de monitorização remota com alertas automáticos para atividades suspeitas; 
  • Existem contactos de emergência claros e acessíveis, caso ocorra um incidente durante as férias; 
  • Foram realizados testes preventivos, como simulações de phishing ou auditorias de vulnerabilidades; 
  • A documentação de procedimentos críticos está revista e acessível para quem permanece em funções. 

Para docentes, funcionários e investigadores 

Mesmo fora da instituição, o comportamento digital seguro por parte de professores, funcionário continua a ser fundamental. Algumas medidas que fazem a diferença: 

  • Usar apenas versões legitimas de software, outras versões podem ter backdoors que dão acesso aos computadores remotamente a troco do uso indevido do software; 
  • Evitar acesso ou visita a websites não conhecidos. Geralmente websites pouco conhecidos podem conter código malicioso que se deve evitar a todo o custo; 
  • Não responder a emails de remetentes que não se conheça e onde se pedem informações indevidas e com cariz de urgência; 
  • Utilizar palavras-passe fortes e únicas para cada serviço institucional; 
  • Ativar a autenticação multifator sempre que possível;  
  • Efetuar cópias de segurança de dados importantes, como artigos, projetos ou dados de investigação; 
  • Evitar o uso de redes Wi-Fi públicas sem proteção, optando por VPNs confiáveis quando necessário; 
  • Desativar ligações automáticas (como Bluetooth e Wi-Fi) em locais desconhecidos; 
  • Verificar se a funcionalidade de localização e bloqueio remoto (“Encontrar o meu dispositivo”) está ativa. 

Para estudantes

Mesmo que não estejam diretamente ligados à infraestrutura da instituição, os estudantes também têm responsabilidade na proteção dos seus dados e acessos: 

  • Usar apenas versões legitimas de software e evitar websites desconhecidos; 
  • Não responder a emails de remetentes estranhos;  
  • Atualizar todos os dispositivos e aplicações; 
  • Criar passwords fortes e, idealmente, ativar a autenticação em dois passos; 
  • Realizar backups de conteúdos importantes, como trabalhos académicos e contactos; 
  • Confirmar a legitimidade de redes Wi-Fi antes de se ligar e evitar pontos de carregamento públicos sem proteção; 
  • Ter atenção redobrada ao que partilham nas redes sociais – especialmente quanto à sua localização ou ausência prolongada; 
  • Rever as definições de privacidade nas suas contas digitais. 

A Cibersegurança é uma responsabilidade coletiva 

A segurança digital da comunidade académica depende sobretudo das pessoas. Preparar a infraestrutura é importante, mas sensibilizar os utilizadores para terem comportamentos seguros é o que verdadeiramente reduz o risco. 

O CSIRT está disponível durante todo o ano para apoiar instituições e utilizadores da rede académica e científica nacional. Com planeamento, colaboração e uma cultura de prevenção ativa, é possível garantir que a pausa de verão decorre em segurança. 

 

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